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Foto do escritorVandinho

Opinião: Wagner e Rui negam disputa, mas tensões "atrasam" governo Jerônimo


Já não é novo o burburinho que os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa disputam espaço no governo Jerônimo Rodrigues. Acontecia desde quando Rui ainda morava no Palácio de Ondina e vai continuar circulando, mesmo que ambos reiterem que nunca houve, não há e não haverá rusga entre eles.


É o conto da carochinha que precisa ser contado, afinal briga dentro de casa não deve vir à público. Só é difícil controlar todos os envolvidos para que não haja vazamentos contínuos das brigas dos irmãos quase consaguíneos.

 

Como uma espécie de patriarca do petismo com poder na Bahia, Wagner e o grupo do entorno dele reivindica espaços com o conceito de antiguidade como posto. Tanto que, desde o governo Rui, esse grupo busca espaço e mais espaço e encontra em Rui um freio para essa expansão.


O resultado é que, por vezes, esse conflito emerge e a imprensa é desmentida por divulgar as reiteradas tensões. Wagner é bem discreto e evita tratar de temas que possam gerar um conflito difícil de controlar. Já Rui, quando confrontado, opta por culpar o mensageiro ao invés da mensagem.

 

Na última semana, mais uma vez, o debate interno sobre espaços no governo deixou o ambiente controlado das poucas paredes. Em um evento atípico, de um partido aliado, Wagner foi o primeiro a negar (novamente) que esteja brigando por isso com Rui.


Na sequência, coube ao próprio Rui ratificar o discurso de que não existe disputa. Ele e Wagner querem, exclusivamente, contribuir com o governo Jerônimo, sem reivindicar nada. Já Jerônimo, não tratou de nada disso. E, quando fala à imprensa, coloca na geladeira a reforma do secretariado após as eleições.

 

Tudo não passa de um jogo de aparências, já que o fogo amigo não deve parar. O atual governador está sofrendo pressões dos partidos aliados e dentro do próprio PT, especialmente nos segmentos sob a ascendência de Wagner e Rui.


Como ainda não encontrou um viável caminho para não desagradar tanto os envolvidos, Jerônimo empurra com a barriga, num esforço de se manter politicamente forte, sem ser suplantado pelos antecessores, muito mais firmados no campo em que estão inseridos.

 

Quando finalmente vier a público as reformas do primeiro e segundo escalões do governo é que será possível mensurar quem ganhou o duelo interno e quem tem condições de dar mais cartas no tabuleiro local, ainda que estejam mais tempo em Brasília do que na Bahia.


Wagner, Rui e Jerônimo vão seguir negando qualquer tipo de rusga ou desentendimento. Porém, quando há fumaça, há fogo. Por mais que todos tentem transferir para a imprensa a responsabilidade dos conflitos serem divulgados. BN



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